A precipitação ácida ocorre quando aumenta a concentração de dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NO, NO2, N2O5), que produzem ácidos quando em contato com a própria água da chuva. Geralmente, esses compostos são liberados na combustão de materiais fóssil, como petróleo e o carvão. Portanto, durante uma combustão não somente monóxido e dióxido de carbono são formados. As reações abaixo mostram como são formados os ácidos que fazem parte de uma chuva ácida:
SO2(g) + H2O(l) --------> H2SO3(l)
SO3(g) + H2O(l) --------> H2SO4(l)
2NO2(g) + H2O(l) --------> HNO3(l) + HNO2(l)
CO2(g) + H2O(l) --------> H2CO3(g)
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Fonte: Fornaro (2006) |
Durante as queimadas na floresta Amazônica esses gases são
liberados para fomarem os ácidos que compõem as chuvas ácidas a região.
Por outro lado, naturalmente as chuvas na Amazônia são ácidas devido à
presença de outros componentes, principalmente substâncias orgânicas
como os ácidos pirúvico (C3H4O3), acético (H3CCOOH) e fórmico (HCOOH). Anualmente, é possível detectar grandes quantidades desses dois ácidos, destaca-se o ácido acético.
As fontes naturais
que podem contribuir para o aumento dos níveis de ácidos orgânicos na
atmosfera são aquelas provenientes de processos de biossíntese por
bactérias, fungos, insetos e plantas. Os produtos do metabolismo de
microorganismos, por exemplo bactérias, e plantas são os responsáveis
pela ocorrência de ácidos orgânicos no solo. A contribuição do solo como
fonte dos ácidos orgânicos na atmosfera não está ainda bem esclarecida e
estudos mais detalhados são necessários. Estima-se que o fluxo de
emissão destes ácidos em regiões tropicais, como a floresta Amazônica,
seja de 9,8 x 109, 4,6 x 109, 9,8 x 108 moléculas/cm2 s1 para os ácidos fórmico, acético e pirúvico, respectivamente.
FORNARO, Adalgiza. Águas de chuva: conceitos e breve histórico. Há chuva ácida no Brasil?. Rev. USP [online]. 2006, 70: 78-87
Interações e transformações: Química - Ensino Médio: Livro do aluno: Guia do Professor / GEPEQ. 8 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001.
Rocha, J. C., Rosa, A. H., Cardoso, A. A. Introdução à química ambiental. Porto Alegre: Bookman, 2004.
Souza, S. R. de, Carvalho, L. R. F. Origem e implicações dos ácidos carboxílicos na atmosfera. Química Nova, 2001, 24(1):60-67.